Quem nunca sonhou em andar (ou no nosso caso, correr) nas nuvens? Sem impacto, mas com a ativação muscular igual à da corrida de rua. Imagine cumprir uma planilha que prevê altos volumes de treino com qualidade, efeitos musculares e cardiovasculares iguais aos do outdoor e a vantagem de eliminar o impacto e (claro!) o risco de lesão. Utopia de atleta? Não!
“Ai, lá vem o papo de esteira... odeio!” Também não! “Tem, sim, como poupar o corpo do alto desgaste e articular imposto pelas passadas, que não precisam mais ser duras e que, às vezes, merecem a leveza do ar.” Depois de ler isso, cética, visitei a clínica em São Paulo, na nobre região da Praça Panamericana, de um proprietário não menos notório, o educador físico Márcio Atalla, que soprou a letra e me apresentou à engenhoca moderna, único exemplar no Brasil: o Zero Runner.
Atalla corre. Mas não na rua. Corre nessa tal maquineta para poupar seus joelhos do impacto e, assim, lançar mão deles para fazer o que mais gosta: jogar tênis. À primeira vista, o aparelho parece um elíptico, cujo movimento quem determina – como na esteira – é a máquina. Olhos atentos ao Zero Runner logo se dão conta de “pernas” com articulações com altura equivalente à dos joelhos e quadris.
No nosso caso, gostamos de alimentar a paixão pela corrida. Então porque não guardar o impacto do asfalto das ruas para alguns treinos somente, ou provas-alvo? Para quem tem lesão (e até para quem pensa em prevenir), uma ideia inteligente pode ser dividir o volume de treinos numa espécie de “poupança” do corpo.
Pés ávidos e curiosos em pisar na máquina. Como é que a gente movimenta isso? Exatamente como se estivesse correndo. Mas a ideia da suspensão no aparelho causa um estranhamento inicial. Não vale o movimento conhecido do elíptico. Tem de mover pés e pernas como nas ruas. Demora um pouquinho para pegar, afinal, é um “caminho” novo. Mas, depois, é como andar de bike, você não esquece. O pulo do gato é transferir o peso de um lado para o outro, como na corrida habitual.
Além da ausência de impacto, dá para controlar a amplitude das passadas com um simples comando no painel, avaliar se está o.k. e fazer a correção, em caso de mudanças no padrão. A ideia do Zero Runner saiu dos estudos sobre cinesiologia e cinemáticos focados num treinamento que permitisse simular a corrida com a sensação natural e todos os benefícios de um treino ao ar live – mas sem o impacto e o estresse no corpo. Daí uma empresa americana que só fabricava elípticos, a Octane, deu forma ao aparelho e lançou por lá, no ano passo. Chega ao Brasil, num primeiro lançamento, vamos dizer assim “soft”, neste segundo semestre. Segundo Lucas Guimarães, da PACE Fitness, a rede de lojas especializada em equipamentos de ginástica Fit4 Store (www.fit4.com.br) fará a distribuição.
Fonte: Revista O2